Câmara ouve conselhos sobre proposta de árvore-símbolo de Toledo

por Paulo Torres publicado 20/08/2021 16h25, última modificação 23/08/2021 10h05
A CEC-Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara de Toledo reuniu-se com o Conselho do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Natural de Toledo e Conselho Municipal de Política Cultural para discutir o Projeto de Lei n° 77, do vereador Professor Oséias, que “dispõe sobre a forma e a apresentação dos símbolos do Município de Toledo”, segundo sua ementa. A proposição prevê a transformação da peroba rosa em árvore-símbolo de Toledo e está tramitando na Câmara desde maio, tendo sofrido emenda no plenário em 16 de agosto, aprovada por maioria de 16x1, incluindo também a araucária como árvore-símbolo de Toledo.
Câmara ouve conselhos sobre proposta de árvore-símbolo de Toledo

Professor Oséias fala a conselheiros da proposição de tornar peroba rosa em árvore-símbolo de Toledo

 

 

 

A CEC-Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara de Toledo reuniu-se com o Conselho do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Natural de Toledo e  Conselho Municipal de Política Cultural para discutir o Projeto de Lei n° 77, do vereador Professor Oséias, que dispõe sobre a forma e a apresentação dos símbolos do Município de Toledo, segundo sua ementa. A proposição prevê a transformação da peroba rosa em árvore-símbolo de Toledo e está tramitando na Câmara desde maio, tendo sofrido emenda no plenário em 16 de agosto, aprovada por maioria de 16x1, incluindo também a araucária como árvore-símbolo de Toledo.

O PL 77 está em tramitação há três meses na Câmara, tendo sido lido em plenário em 27 de maio, sendo encaminhado pelo presidente Leoclides Bisognin às Comissões Permanentes, onde foi apreciado na CLR-Comissão de Legislação e Redação e CEC-Comissão de Educação, Cultura e Desporto. Na CLR o presidente Marcelo Marques designou como relator Jozimar Polasso, o qual solicitou parecer jurídico, o qual foi favorável. Em seguida o relator apresentou parecer favorável destacando que a proposição “além de instituir a Peroba-Rosa, árvore nativa em nossa região, como símbolo do Município de Toledo, vai também incentivar a preservação da espécie, a conscientização da população, o incentivo ao plantio, e promover, difundir e estimular a educação ambiental dos alunos nas escolas em nosso Município”. O parecer foi aprovado por unanimidade pelos membros da CEC, Marcelo Marques, presidente; Professor Oséias, vice-presidente; Gabriel Baierle, secretário; e membros Valdomiro Bozó e Jozimar Polasso. Em seguida o PL 77 foi à CEC, onde o presidente Professor Oséias designou como relator Elton Welter, o qual posicionou-se favoravelmente. Welter apontou que a proposição “ao instituir a Peroba-Rosa como símbolo do Município de Toledo, contribui para o desenvolvimento cultural e educacional. Cultural porque ao promover o uso de uma árvore-símbolo, passa a contar a história e produzir a identidade de um povo; educacional porque incentiva a educação ambiental”, aponta o parecer. “Preservação e sustentabilidade são temas que precisam, cada vez mais, estar presentes no cotidiano das sociedades e integrar os currículos escolares”, conclui o relator, que foi seguido em seu parecer pelos votos favoráveis do próprio Professor Oséias, como presidente da CEC; Marcelo Marques, vice-presidente; Elton Welter, secretário; e Beto Scain e Valdir Rossetto como membros, em votação realizada em 8 de julho, seguindo então a proposta à Presidência da Câmara para encaminhamento ao plenário, sem do incluído na pauta da sessão do dia 12. Na sessão o vereador Dudu Barbosa apresentou requerimento para adiamento da discussão por três sessões, o qual foi aprovado por unanimidade pelos 16 vereadores presentes.

Na volta à tramitação a proposição de adotar a peroba rosa como árvore-símbolo de Toledo foi incluída na pauta da sessão ordinária de 16 de agosto, quando recebeu emenda de plenário incluindo também a araucária como árvore-símbolo, a qual foi aprovada por maioria de 16 x 1, com o voto contrário do vereador Gilson Francisco.

Na reunião de sexta-feira, dia 20, a presidente da Academia de Letras de Toledo, Lucrécia Welter, abriu as manifestações do público lembrando o papel de pioneiros de seus pais Ivo e Adiles Welter e os pinheiros que marcavam a propriedade que compraram na hoje Avenida Nossa Senhora de Fátima e da qual deram duas chácaras para o Seminário Nossa Senhora de Fátima. Lembrou que também na Sadia havia muitos pinheiros e a em presa distribuía pinheirinhos como árvores de Natal e que as casas dos pioneiros eram cobertas com tabuinhas de pinheiro, defendendo o pinheiro como árvore-símbolo de Toledo.

Já a presidente do  Conselho Municipal de Política Cultural, Cristiane Roberta X. Cândido, apontou que a proposição está alterando um traço da cultura do município, defendendo que o organismo tem caráter deliberativo e toda e qualquer proposta que impacta a cultura tem que passar por ele. Para ela a proposta altera a memória coletiva e uma enquete em redes sociais escolheria outro símbolo das espécies arbóreas. Para ela a proposição se adequaria a uma proposta educativa ambiental e não se deve “confundir alhos com bugalhos”.

Também o presidente do Conselho do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Natural de Toledo, Paulo Jorge de Oliveira, disse que o organismo não foi contatado, a não ser para a reunião desta sexta-feira e não aprova a ideia. Para ele a embora a peroba rosa se encontre no município não se adapta ao tipo de solo e clima de Toledo e as concentrações da espécie, como uma citada em Cerro da Lola, na “Mata das Perobas”, se dá em uma área de transição, pois ela é uma espécie do tipo clímax, vindo após as pioneiras e secundárias, já que ocorre em áreas sombreadas, onde as outras já estão presentes, além de ter grande dimensão.

O vereador Elton Welter também falou na reunião, como relator do projeto, reconhecendo que falhou em não chamar os conselhos a se manifestar, mas apontando que o projeto é maravilhoso e defendendo que seja devidamente ajustado, dentro da intenção de educação ambiental.

Anésio Vitto, do Museu Willy Barth, lembrou a história de Toledo e sua ligação com a erva mate nativa na floresta no desbravamento e sua exploração na época, defendendo seu simbolismo e a própria origem do nome de Toledo a partir da atividade extrativa. Ele também lembrou de ruas da cidade que lembram espécies de árvores e defendeu uma reflexão sobre se é o momento de Toledo ter mais um símbolo.

Marli Bombardelli também falou na reunião e lembrou que sua família era proprietária da área onde hoje está a Câmara de Toledo. Relatou que quando seu avô comprou terra em 1949 em Toledo foi motivado pelos pinheirais e que acima da Sadia havia mais de mil pinheiros e seu tio carpinteiro usava estas árvores para fazer tabuinhas para cobrir as casas. Já a peroba rosa não tinha tanto aproveitamento e foi deixada por último na exploração da floresta. “A peroba era muito dura, não dava para cortar, as perobas foram as últimas árvores que eles devastaram”, lembrou ela, comentando que a cobertura vegetal marcava regiões como no Xaxim, e era considerada indicativo da qualidade da terra, como a presença de xaxins era considerada indicador de terra fraca.IMG_8463a.JPG

 Confira a reunião da CEC com os conselhos sobre proposta de árvore-símbolo