Situação do Mais Médicos em Toledo é abordada na Câmara

por Paulo Torres publicado 03/12/2018 16h15, última modificação 18/12/2018 10h43
O rompimento do Programa Mais Médicos e seus efeitos em Toledo foram abordados na Câmara Municipal na segunda-feira, dia 3, pelo médico Fernando Pedrotti, da Secretaria da Saúde. Ele disse na tribuna antes do início da sessão que o Mais Médicos iniciou em Toledo com 6 profissionais logo na sua criação, no governo Dilma Roussef, e apesar do rompimento a convocação de médicos brasileiros está buscando substituir os cubanos. Foram enviados dois dos novos médicos brasileiros a Toledo, informou Pedrotti, acrescentando que os dois iniciaram na UBS do Jardim Europa, que vinha sobrecarregada.
 Situação do Mais Médicos em Toledo é abordada na Câmara

Médico Fernando Pedrotti fala aos vereadores sobre o Mais Médicos em Toledo

 

IMG_4458a.JPGO rompimento do Programa Mais Médicos e seus efeitos em Toledo foi abordado na Câmara Municipal na segunda-feira, dia 3 de dezembro, pelo médico Fernando Pedrotti (foto à esq.), do Departamento de Gestão da Secretaria da Saúde. Ele disse na tribuna antes do início da sessão que o Mais Médicos iniciou em Toledo com 6 profissionais logo na sua criação, no governo Dilma Roussef, e apesar do rompimento a convocação de médicos brasileiros está buscando substituir os cubanos. Foram enviados dois dos novos médicos brasileiros a Toledo, informou Pedrotti, acrescentando que os dois iniciaram nesta segunda-feira na UBS do Jardim Europa, já que a unidade vinha com sobrecarga há meses, tendo tido uma redução de quatro para dois profissionais.

Na terça-feira, dia 4 de dezembro, uma médica de Umuarama deve iniciar suas atividades pelo Mais Médicos e um quarto médico foi enviado pelo programa federal. Após o início do Mais Médicos em Toledo com seis médicos cubanos foram solicitados mais 3 profissionais e agora foram solicitados mais 2, informou Pedrotti aos vereadores na Câmara. Ele disse porém que ainda não houve resposta à solicitação toledana de ampliação de profissionais do Mais Médicos. Na evolução do Mais Médicos em Toledo o programa passou a contar com nove médicos, mas na expansão ingressaram dois brasileiros.

Segundo Pedrotti, Cuba inicialmente havia informado que os seus médicos partiriam até 6 de dezembro, sendo que até o dia 30 seguiriam de suas cidades base para São Paulo para de lá embarcar. Apesar do anúncio os médicos ainda não se deslocaram, informou na Câmara. Dos nove profissionais do Mais Médicos que atuam em Toledo atualmente cinco são brasileiros e quatro são cubanos, informou Pedrotti aos vereadores.

Entre os médicos cubanos que atuaram em Toledo esteve o casal Liudmila Gretell Fonseca Felix e Emigdio Isaac Peralta. Casados, eles atuaram na UBS do Santa Clara IV. Eles foram visitados em 13 de junho de 2014 (foto abaixo), logo após sua chegada, em 16 de abril, pelo então presidente da CSS-Comissão de Saúde e Seguridade Social da Câmara, Marcos Zanetti, juntamente com o presidente da Câmara, Adriano Remonti, que foram recebidos pelo então diretor da UBS, Dyeison de Souza. Após atuar em Toledo os médicos cubanos retornaram para sua família – eles têm cinco filhos – e após um período em Cuba devem seguir para a África, onde vão atuar no Quênia.

Residência médica

O médico Fernando Pedrotti também falou dos futuros médicos que estão sendo formados em Toledo, pela Universidade Federal do Paraná. Ele disse que houve uma expansão dos cursos de Medicina no Brasil e o campus da UFPR em Toledo é um exemplo disto. O curso está em seu terceiro ano, concluindo sua sexta turma, estando em estudo um programa de residência médica em Toledo. Na formação médica a especialização ocorre na residência, após a formação de seis anos, informou Fernando Pedrotti, que especializou-se por dois anos em Medicina da Família.

 

Rompimento

O governo de Cuba anunciou no dia 14 de novembro o rompimento da parceria com o Brasil no programa Mais Médicos. A justificativa foram as declarações “depreciativas” e exigências “inaceitáveis” feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, segundo comunicado divulgado pelo governo cubano. “Diante dessa realidade lamentável, o Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa Mais Médicos”, diz a nota.

Com a decisão, 11 mil médicos retornarão à ilha caribenha após Bolsonaro ter questionado a preparação dos profissionais cubanos. A continuidade do programa teria como condicional a revalidação dos diplomas no Brasil e a imposição, como forma única, a “contratação individual”.

Não é aceitável que se questione a dignidade, profissionalismo e altruísmo dos colaboradores cubanos. Os povos da nossa América e do resto do mundo sabem que sempre poderão contar com a vocação humanista e solidária dos nossos profissionais”, protesta a nota.

Em seu perfil no Twitter, Jair Bolsonaro reagiu ao anúncio do governo de Cuba, lamentando que as condições impostas para a continuidade do programa não tenham sido aceitas e voltou a insultar os cubanos. “Condicionamos a continuidade do programa Mais Médicos à aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, afirmou o presidente eleito.Médicos cubanos.png