Empresa italiana de usinagem de lixo expõe tecnologia na Câmara

por Paulo Torres publicado 25/11/2015 16h20, última modificação 02/12/2015 09h40
A Câmara recebeu no dia 25, o engenheiro Marco Bassetto, da Engenharia Gallarati, que apresentou proposta de implantar uma usina para queima de lixo. Marco informou que a tecnologia tem potencial para tratar qualquer tipo de resíduo sólido, e que as cinzas produzidas viram material inerte e podem ser usadas na fabricação de tijolos e asfalto, entre outros produtos. A usina pode gerar entre oito a 10 megawatts hora de energia elétrica, o que pode bastecer cerca de 10 a 15 mil pessoas. O projeto envolve um investimento de cerca de R$ 200 milhões e uma concessão de no mínimo 25 anos. Metal e vidro seriam vendidos pela Gallarati, assim como a energia produzida pela usina.
Empresa italiana de usinagem de lixo expõe tecnologia na Câmara

Engenheiro italiano falou na Câmara da proposta da Gallarati.

 

 

O Auditório Edílio Ferreira da Câmara Municipal de Toledo recebeu na manhã desta quarta-feira, dia 25, o engenheiro Marco Bassetto, que representa no Brasil a empresa italiana de usinagem de lixo Engenharia Gallarati. Na reunião, que contou com diversas autoridades, entre outros interessados, foi apresentada a possibilidade de implantar uma usina termelétrica de plasma, que compreende uma tecnologia baseada no tratamento térmico do lixo para desintegração de moléculas de resíduos, tanto hospitalares como industriais e urbanos, entre outros.

 

Segundo o representante da Gallarati, o projeto da usina de plasma apresentado vem ao encontro da dificuldade dos municípios na destinação dos resíduos sólidos urbanos. “Uma das características do lixo produzido nas cidades brasileiras é a descontinuidade, ou seja, ele não é homogêneo, a cada dia esse lixo é composto por estruturas diferentes, o que dificulta sua destinação”, comentou Marco.

 

Durante o encontro que serviu também para esclarecimentos, Marco informou que a tecnologia tem potencial para tratar qualquer tipo de resíduo sólido, e que as cinzas das sobras produzidas viram material inerte e podem ser utilizadas na fabricação de tijolos e asfalto, entre outros produtos. “Além da usinagem desse lixo, dentro do procedimento utilizado pela usina é possível gerar entre oito a 10 megawatts hora de energia elétrica, o que pode bastecer cerca de 10 a 15 mil pessoas, sem contar a eliminação gradativa do aterro sanitário, que também será processado com os demais lixos”.

 

Marco Bassetto informou que para implementação da Usina de Plasma é necessário um investimento de aproximadamente de 50 milhões de euros, cerca de R$ 200 milhões na cotação do dia. “Para que isso aconteça a Gallarati Engenharia firmaria uma Parceria Público Privada (PPP) com o Município e subsidiaria toda a quantia através de uma concessão de no mínimo 25 anos. Em contrapartida a administração municipal passaria a repassar os valores que hoje gasta com o aterro sanitário. Além disso, materiais como metal e vidro seriam vendidos pela Gallarati, assim como a energia elétrica produzida através da usina”. Questionado pelo promotor de justiça do Meio Ambiente, Giovani Ferri, sobre a legalidade em relação às leis brasileiras, Marco informou que já possui licença em alguns estados, como Goiás e Rio Grande do Sul.

 

Quem também se fez presente na apresentação foi a chefe Regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) Toledo, Maria Glória Genari Pozzobom, que se colocou à disposição para avançar as tratativas de uma possível instalação da usina. “Acredito que essa é uma discussão válida já que essa tecnologia apresenta pontos positivos e algumas soluções para o destino do lixo produzido em nossa cidade”, finalizou.

 

Para que haja viabilidade no processamento do lixo produzido Basseto comentou que é necessário cerca de 200 toneladas por dia, o que atualmente não é produzido pelo município de Toledo. “É possível criar também um consórcio entre outros municípios para que a usina se torne algo economicamente viável. Isso também beneficiaria a cidade de Toledo, que com isso poderia arrecadar mais impostos”.

 

O prefeito Beto Lunitti também participou da apresentação da Gallarati Engenharia e comentou sobre a possibilidade de instalação em Toledo. “A destinação do lixo urbano produzido hoje é uma das maiores dificuldades de muitos municipios, e nessa conversa foi possível realizar alguns questionamentos sobre os serviços oferecidos pela Gallarati. É claro que tudo isso é apenas uma conversa inicial, porém positiva já que nos faz pensar um pouco sobre a possibilidade de solucionar um problema existente hoje”.

 

 

A apresentação é resultado de uma viajem feita pelo representante da Câmara Municipal, Ademar Dorfschmidt e pelo prefeito Beto Lunitti que no mês de outubro foi convidado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) para participar do III Fórum Mundial de Desenvolvimento Local em Turim, na Itália, e conheceu a tecnologia de usinagem de resíduos.

Acompanharam a reunião também os vereadores Tita Furlan, Neudi Mosconi, Marcos Zanetti, Sueli Guerra, Walmor Lodi, Reinaldo Rocha e Lucio de Marchi.