CPI sobre obra do HR de Toledo tem mais 3 oitivas

por Paulo Torres publicado 26/09/2018 16h15, última modificação 26/09/2018 16h14
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara de Toledo que trata das denúncias em torno da obra do Hospital Regional concluído em 2016 ouviu na quarta-feira, dia 26, mais três depoimentos. Em oitivas a partir das 9h a CPI ouviu o engenheiro elétrico José Carlos Cavalari, o engenheiro civil Mauro Nestor Huppes e o eletrotécnico da Copel Wolnei Olivo. Na segunda-feira, dia 24, a Câmara teve em sua pauta o Requerimento nº 207, solicitando a prorrogação do prazo da CPI. A reunião da CPI foi a 14ª realizada e também aprovou a oitiva do engenheiro José Carlos de Jesus, que atuou como fiscal da obra.
CPI sobre obra do HR de Toledo tem mais 3 oitivas

Engenheiro fala aos vereadores sobre a parte elétrica da obra

 

 

 

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara de Toledo que trata das denúncias em torno da obra do Hospital Regional concluído em 2016 ouviu nesta quarta-feira, dia 26, mais três depoimentos. Em oitivas a partir das 9h a CPI ouviu o engenheiro elétrico José Carlos Cavalari, o engenheiro civil Mauro Nestor Huppes e o eletrotécnico da Copel Wolnei Olivo. Na segunda-feira, dia 24, a Câmara teve em sua pauta o Requerimento nº 207, solicitando a prorrogação do prazo da CPI. Na terça-feira, dia 25, o presidente da Câmara de Toledo, Renato Reimann, assinou a Portaria nº 124, que prorroga “por 60 (sessenta) dias o prazo para a conclusão dos trabalhos”, decisão publicada nesta quarta-feira, dia 26, na página 6 do Diário Oficial Eletrônico.

A Portaria nº 124 também foi lida na reunião da CPI, a 14ª realizada e que também aprovou a oitiva do engenheiro José Carlos de Jesus, que atuou como fiscal da obra, para prestar esclarecimentos. O requerimento da vereadora Janice Salvador foi aprovado por unanimidade pelos membros presentes no momento – a vereadora e os vereadores Walmor Lodi e Gabriel Baierle - e a oitiva foi marcada para o dia 17 de outubro.

O documento pela prorrogação foi subscrito pelos cinco vereadores integrantes da CPI: Walmor Lodi, Gabriel Baierle, Janice Salvador, Ademar Dorfschmidt e Antonio Zóio. Nesta quarta-feira a CPI reuniu os membros Walmor Lodi, Gabriel Baierle, Janice Salvador e Antonio Zóio, inicialmente, além de presenças do vereador Airton Savello e da vereadora Olinda Fiorentin na abertura dos trabalhos. Também estiveram durante parte dos três depoimentos os vereadores Vagner Delabio, Edmundo Fernandes e Leandro Moura.

O engenheiro Cavalari disse na CPI que o projeto elétrico para a entrada de energia feito em 2002 foi mantido em 2010 e 2012, com as atualizações e em 2017 acabou realizando um novo projeto elétrico para o Hospital Regional sem custo através da Cavalari Engenharia. O engenheiro foi indagado se havia projeto aprovado na Copel, sendo apresentada declaração do engenheiro Nalmir Feder, da empreiteira Endeal, de que não havia nada. Cavalari disse que o projeto foi aprovado em 1º de outubro de 2010 e em 27 de dezembro de 2012 revisto a pedido do então prefeito, José Carlos Schiavinato, que estava encerrando sua gestão e queria deixar tudo encaminhado, tendo validade de 18 meses.

O engenheiro disse que a documentação foi entregue à Copel e pode ser acessada, colocando-se à disposição para fornecer a senha de acesso. Cavalari disse que o engenheiro da Endeal faltou com a verdade sobre o projeto elétrico e não tem conhecimento da obra que executou. Ele disse que embora não sido dada entrada imediatamente em 2002 em 27 de dezembro de 2012 ele foi aprovado pela Copel. Sobre os dois geradores previstos de 1 mil KVA que foram trocados por três de 750 KVA o engenheiro elétrico disse que fez apenas um comparativo e ninguém lhe perguntou a respeito, apontando ainda que esta outra estruturação custa pelo menos R$ 300 mil a menos e altera a necessidade de espaço físico, apontando que os geradores estão guardados, mas não instalados. Disse também que foi chamado uma vez à obra quando a cabine estava parcialmente montada e viu cabos jogados dentro de uma canaleta de concreto e fez fotos desta situação. Sobre o registro de furto de cabos disse que a quantidade relatada representaria mais de mil quilos e sua retirada envolveria 4 horas/homem de trabalho, apontando ainda que uma obra deste porte e especificidade não é qualquer engenheiro que tem condições de fiscalizar, defendendo que o fiscal seja “acervado”, com ART de obra com a mesma complexidade.

Já o engenheiro civil Mauro Nestor Huppes disse que entrou em 2012 na Emdur e atuou como fiscal da obra por 4 meses a partir de julho de 2012 por solicitação do então prefeito José Carlos Schiavinato. Disse que a princípio a obra estava sendo feito conforme o projeto estrutural, com paredes sendo erguidas e concretada a laje de um lado e não chegou à parte arquitetônica, mas viu que a escadaria principal tinha um degrau e embora tivesse autorização do Corpo de Bombeiros mandou não executar. Indagado pelos vereadores o engenheiro disse que a empreiteira questionava apenas que a estrutura estava superdimensionada e não havia incongruências significativas na obra.

O eletrotécnico Wolnei Olivo disse aos vereadores que atua há 33 anos na Copel e havia a área de medição de energia e análise de projetos e como atuava na parte de vistoria e ligação foi convocado para a vistoria do Hospital Regional. Ele disse que chegou a iniciar a análise no poste, verificando 5 a 6 itens, mas a cabine estava muita fora das exigências e se a montagem tem que seguir o projeto lá quase teria que fazer o projeto. Ajudo muita gente a fazer funcionar, mas lá era muito errado, disse ele, afirmando porém que não chegou a entregar a FDV-Ficha De Vistoria e que seria necessário executar conforme o projeto e solicitar nova vistoria e do jeito que estava não tinha condições. Ele disse que após a vistoria no mesmo dia pode ser ligado, mas ali não era possível.

Olivo também negou cobrança de valores e disse que a Copel não recebe fora da fatura, afirmando que o engenheiro Douglas Sincler esteve na Copel e conversou com ele e dois montadores e nunca com o engenheiro Nalmir, que relatou uma cobrança para ajustes. Relatou ainda que César José Leal teria solicitado equipamentos à Copel para colocar no local em 18 de novembro de 2015, mas na vistoria estava montado errado. Ele disse que já nos cubículos de medição existia muita irregularidade e em caso de pedido de ligação tem que analisar se entraram outras cargas na rede.

Acompanhe a íntegra da reunião da CPI do HR de Toledo